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Porta de acesso ao Paço dos Duques de Bragança. Guimarães. LeleSorribas.2012 |
Vamos dar destaque a alguns temas interessantes, além do próprio estudo, que foram tratados na Conferência Internacional As indústrias criativas como chave para o futuro: análise e perspectivas. É bom repassarmos as coisas ditas e algumas reflexões que ficam abertas para o uso do estudo e a construção de futuro para estas indústrias culturais e criativas.
Em primeiro lugar, foram vários (Anxo Lorenzo, Juan Carlos Fernández Fasero, Adolfo Neira, Isabel Neira) os que comentaram o interesse do estudo para traduzir os dados em políticas públicas adequadas. A pala disto, foi dito também que já não estamos no tempo das infraestruturas (está certo), já está tudo construído e há espaços a mais, é momento de investir em produções culturais.
Não obstante, o mais repetido por todos os conferencistas (Juan Lirón, Francisca Abreu, Anxo Lorenzo, Elvira Vieira, Juan Carlos Fernández Fasero, Ricardo Luz, Adolfo Neira, Luís Braga da Cruz e Isabel Neira) foi que é preciso mudar o conceito da cultura para termos empresariais. É momento, segundo eles, de vermos além do artista, músico, escritor… e olharmos para a sua atividade como uma empresa com produtos artísticos ou criativos. (Deve o artista ser empresário? Deve o empresário ser artista?)
Para transmitir esta mensagem aos políticos, empresários e aos próprios artistas o rendimento do sector, foi comentado como era preciso um estudo destas características (que é material de consulta e não um livro para se ler duma vez), que determina qual o valor do sector e oferece dados que refletem o valor efetivo e real das indústrias criativas, como disse Elvira Vieira.
Se olharmos menos positivamente, existe neste sector uma grande quantidade de trabalhadores por conta própria, situação que desde o meu ponto de vista tem a ver com a falta de confiança empresarial e com o jeito de se fazer nestes emprendimentos. Por uma banda, esta situação faz do sector um sector muito flexível, mas também muito pouco seguro (mas será que existe seguridade em algum sector?).
Em resumem, a partires do estudo pode-se fazer leitura aprofundada para propor políticas públicas acordes, ganhar confiança dos investidores privados, gerir os negócios desde uma perspectiva empresarial, fazer com que as empresas se deixem contagiar do espírito criativo dos artistas, reconhecer novos jeitos…
Mas para rematar esta opinião reflexiva, com algumas perguntas abertas para o debate, deixo umas palavras de Luís Braga da Cruz retiradas do seu discurso na conferência que ilustram o espírito construtor necessário para o futuro: Temos que ter perseverança, selecionar bem as nossas escolhas e ter confiança no futuro e transmitir essa confiança aos miúdos porque eles constroem sonhos. Vale a pena construir sonhos, materializa-los, esforçarmos nisso.