Há quatro anos que se celebra em Lleida o Festival Internacional de Fado de Catalunya e graças a este festival eu volto cada ano a “casa”.
Não sou apenas ouvinte, colaboro e participo na criação de conteúdo, tradução, difusão e com a fotografia dos concertos. O meu interesse vai além do gosto pelo Fado, que também. O InterFado é uma rara avis no mundo dos festivais de Fado. Neste é buscada a abrangência do estilo a través da experimentação de artistas que trabalham como o fado como eixo e na mostra de diferentes disciplinas como a cozinha, o cinema e a fotografia.
Para mim, é por isso que o InterFado é o melhor exemplo da universalidade do Fado.
No que respeita à fotografia, calhou-me a mim a responsabilidade de trazer o Fado servindo-me da imagem. Fiz uma profunda pesquisa na cultura portuguesa e na ligação desta com a saudade, li e pesquisei também no meu interior para chegar à conclusão de que o fado pode encontrar-se nos lugares onde não reparamos, onde se passam as vidas correntes da gente corrente. Estes lugares que eu chamo-lhes de nenhures estão carregados de estórias para viajar pelas emoções que o fado faz-nos sentir até deixar-nos à porta de uma casa emprestada.