Nem é novidade, nem é mentira, as nossas economias (a falar da galega e da portuguesa) encontram-se num momento de mudança. Há uns dias no Seminário “Território, desenvolvimento local e regional” oferecido pelo Centro de Investigação de Ciências Sociais na Universidade do Minho, o câmbio de paradigma económico apareceu na palestra como desafio.
O professor do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Domingos Santos, explicou da seguinte maneira: “actualmente, o novo paradigma económico leva-nos da economia do hardware à economia do software, o qual significa que a chave está no acesso ao conhecimento. Existe uma grande necessidade de adquirir conhecimento e poder gerenciá-lo.”
Mas, como é que isso se faz?
O professor Domingos Santos propôs criar políticas para construir empresas mais inovadoras. Não obstante, o professor falou nas barreiras empresariais e políticas para tal iniciativa se pôr a andar.
Para começar, as economias galega e portuguesa compõem-se principalmente de pequenas e meias empresas, e ainda são necessárias redes de cooperação; há muitas empresas que carecem de estratégias que apostem na inovação e falta diálogo entre ditas empresas e as universidades.
Por outro lado, as políticas não estão a ajudar por serem feitas do topo para baixo. Também não confiam no networking e existem limitações nas administrações locais para receber projetos, propô-los ou geri-los.
Mais ainda, o copy-paste não é solução, isto vem a dizer que nem todos os municípios devem arriscar com pólos tecnológicos à imagem do Silycon Valey, fazer enormes investimentos em sectores de ponta ou em ciência e tecnologia.
O que verdadeiramente pode ajudar a um território a projetar um plano de futuro, que mude o paradigma econômico, é criar uma agenda e uma plataforma regionais, apostar numa dinâmica colectiva de aprendizagem, marcar objectivos prioritários e trabalhar em pró de uma política de inovação regionalizada.
Em definitiva, unir forças das administrações, empresas e universidades face a um mesmo alvo e ter como eixo central a aprendizagem coletiva.